A Bateria da Águia

O CORAÇÃO DA ESCOLA
É a bateria quem dita o ritmo de todo mundo na avenida.
Olhando o desfile vemos uma grande orquestra em movimento:
O surdo é o instrumento mais grave da bateria com seus três tipos: o de primeira, o de segunda e o de terceira. Depois vem os instrumentos considerados intermediários: a caixa, o repique, ou repinique. Finalmente os agudos: o tamborim, a cuica, o agogô e o chocalho.
A posição de cada ritmista na avenida é cuidadosamente estudada pelo Mestre Juca (mestre da bateria), que posiciona os instrumentos da forma que ele acha melhor.
Além da organização, a bateria da escola também se diferencia pelas paradas e, claro, pelos arranjos.
O resultado é que não tem quem consiga ficar parado do lado da bateria da Águia de Ouro.
Os principais instrumentos que compõem a Bateria da Águia de Ouro
O Mestre Armando Guerra (Mestre Juca) explica os instrumentos da nossa bateria e o papel de cada um no ritmo do samba.
Clique nos instrumentos e saiba um pouco mais sobre a função de cada um.
TAMBORIM

Instrumento agudo, que dá brilho a bateria, desenhando frases na melodia do samba.
TAMBORIM

SURDO DE PRIMEIRA

É o maior surdo e o que dá o andamento principal ao samba, servindo como base de todo o ritmo. Sua afinação é grave.
SURDO DE PRIMEIRA

SURDO DE SEGUNDA

É a resposta ao surdo de primeira. Serve como sustentação para o samba no momento em que o surdo de primeira está “parado”. Sua afinação e aguda.
SURDO DE SEGUNDA

SURDO DE TERCEIRA

Toca no intervalo dos surdos de 1ª e 2ª em contratempo. Sua afinação depende da característica de cada bateria, podendo ser aguda ou agudíssima.
SURDO DE TERCEIRA

CHOCALHO

Com seu som agudo, além de proporcionar swing, ajuda na sustentação da bateria.
CHOCALHO

REPINIQUE

É bastante utilizado nas paradinhas e nas viradas do samba, como “senha” para a volta dos demais instrumentos. Sua afinação é aguda.
REPINIQUE

CUICA

Seu andamento é dependente da marcação dos surdos, que são seguidos pela cuíca que dá brilho e cadência ao samba.
CUICA

AGOGÔ

Na batucada da bateria há um som com definição única e cadenciada nas notas ré, sol e si. Também dá brilho a bateria, sendo executado em frases na melodia do samba.
AGOGÔ

CAIXA

Marca o andamento, mas permite floreios que não ocorrem nos surdos. Dependendo da levada, as afinações podem variar de aguda a médio grave, costuma ser a identidade de cada bateria.
CAIXA


Com 27 anos na frente da bateria, o Mestre Juca explica-nos o significado de alguns dos termos mais utilizados pelos ritmistas e mestres de bateria das escolas de samba do carnaval de São Paulo.

ANDAMENTO
É o número de batimentos por minuto (BPM) levando em consideração a medição da pulsação das batidas do coração humano. Termo muito utilizado para medir o andamento musical. As baterias costumam tocar entre 140 a 152 bpm.

APAGÃO
É o famoso 'paradão', quando a bateria para de tocar durante um refrão inteiro para que os integrantes da escola cantem a capela. No apagão, a volta da batucada se dá depois de um bom espaço de tempo.

BPM
BPM ou Batimentos por Minuto, é uma velocidade rítmica que leva em conta a velocidade das batidas do coração por minuto. Os BPMs são calculados com o auxílio do metrônomo.

EQUALIZAÇÃO
É o equilíbrio do som. A ideia da equalização é fazer com que se possa escutar o som de todos os instrumentos em harmonia.

METRÔNOMO
Uma espécie de relógio, o metrônomo é um aparelho utilizado para medir os batimentos por minuto.
O metrônomo fica com o diretor musical para garantir o mesmo andamento durante os 65 minutos de desfile.

MAPA DA BATERIA
É a forma como os instrumentos estão posicionados dentro da bateria. Antigamente, todos os ritmistas se juntavam e tocavam numa espécie de cortejo.
Com a introdução do mapa, começou a se definir onde vai ficar cada instrumento.

NAIPES
Termo muito utilizado nas orquestras mas que foi introduzido ao carnaval.
Nas baterias, os naipes são o grupo formado por um determinado instrumento. Tem naipes de tamborins, naipes de caixas, naipes de surdos, etc.

PARADINHA
Seja paradinha, breque, bossa ou convenção... É o momento em que todos os ritmistas param de tocar. Mas, de repente, o repinique chama o samba e a bateria volta no mesmo andamento.

VIRADA
E a finalização de determinada parte do samba mais frequentemente depois dos refrões, com retomada no tempo, podendo também ser usada para finalizar a bateria.